terça-feira, 30 de novembro de 2010

SERÁ QUE SAI DO PAPEL DESTA VEZ?

Uma antiga reivindicação de atletas e dirigentes está perto de sair do papel. Após mais de um ano de entraves burocráticos, a associação de jogadores de basquete deve ser oficialmente colocada em prática no início de 2011, no que é considerado mais um marco da profissionalização da modalidade no país.
As conversas sobre a criação da associação de jogadores começaram no início de 2009, durante a primeira edição do Novo Basquete Brasil (NBB).  Apesar das cobranças públicas da Liga Nacional de Basquete (LNB), a questão pouco evoluiu desde então.
“A associação atrasou por causa de um problema no cartório. Fomos registrar o primeiro estatuto e eles não aceitaram. Tivemos que voltar e refazer”, disse o ex-jogador Ratto, técnico do Uberlândia e presidente da associação de jogadores. “Tudo isto tem demorado um pouco. Além disso o Heraldo Panhoca é um advogado muito ocupado”.
Os jogadores compõem a categoria mais atrasada dentro do processo de profissionalismo que parece ter se iniciado no basquete nacional. Treinadores e árbitros fundaram suas associações e já dialogam com a LNB sobre questões em comum.
“No basquete as coisas eram tratadas por usos e costumes”, comentou José Francisco Galvão Júnior,
presidente da Associação Brasileira de Árbitros e Oficiais de Mesa (ARBBRA). Queremos tratar de forma profissional o que dá sustentação para os árbitros como a taxa de arbitragem e dos custos de locomoção. Na LNB já há uma abertura para que isto seja tratado e vamos nos preparar para que o tratamento seja diferenciado”.
De acordo com Galvão Júnior, a ARBBRA já conta com mais de 300 árbitros interessados em fazer parte de seus quadros. A entidade, porém, ainda acerta os últimos detalhes para definir como será feita a entrada de novos associados.
O movimento de profissionalização do basquete, porém, ainda possui alguns resquícios do amadorismo que marcou a modalidade por muitos anos. Apesar de ocupar a presidência da ARBBRA, Galvão Júnior nunca foi árbitro. Advogado de formação, foi escolhido para presidir a entidade graças ao bom trânsito entre os profissionais e sua paixão pelo esporte.
“Gosto muito de basquete, sou viciado. Sou o que se pode chamar de basqueteiro”, disse Galvão Júnior. “Como sempre fui figura presente nas quadras, criei uma relação de amizade com os árbitros nos últimos 20 anos. Desde 2003 viajo junto com eles. Isso foi me aproximando das atividades e pude observar que faltava uma entidade que agregasse os interesses dos árbitros”.
A associação dos jogadores também passa por um dilema parecido em sua direção. Escolhido para presidir o grupo, Ratto se aposentou das quadras como atleta e aderiu à carreira de treinador durante o longo período de espera para que a entidade saísse do papel. “Não sei se poderei exercer o cargo, tenho que ver se é compatível. O mais importante é a criação desta associação”, afirmou o técnico do Uberlândia.
Presidente da LNB, Kouros Monadjemi acredita que a criação das associações facilitará o trabalho da Liga. Segundo o dirigente, será mais fácil para atender às reinvidicações dos grupos, mas também para cobrar uma série de deveres.
“Na época do lançamento da LNB já dizia que iria forçar estas associações. Agora teremos três pessoas jurídicas e poderemos falar em profissionalismo. Posso sentar e estabelecer responsabilidades e direitos”, opinou Monadjemi.

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