Sem resultados expressivos com os times principais na última década, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) resolveu apostar na base. Por seis meses, jovens de 15 a 19 anos estarão concentrados para o projeto das seleções de desenvolvimento, voltado para preparar atletas para a disputa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016.
Cedidos pelos clubes para o período de treinamentos, os jovens jogadores serão acompanhados por preparadores físicos, médicos, nutricionistas e fisioterapeutas. A seleção masculina ficará concentrada em São Sebastião do Paraíso (MG) e trabalhará no centro de treinamento de base da CBB. Já o time feminino fará suas atividades em Jundiaí (SP).
Além das sessões de treinamentos programados pela CBB, os atletas também darão continuidade às suas vidas acadêmicas. A entidade acertou a transferências dos jogadores para escolas locais, onde estudarão durante os seis meses de concentração.
“Tivemos muito cuidado na questão escolar. Conversei com pelo menos seis escolas, para que estes meninos não percam nenhum conteúdo curricular”, contou Vanderlei Mazzuchini, diretor das seleções brasileiras masculinas. “A responsabilidade pelo menino é toda da CBB. Moradia, alimentação, escola. Na metade do ano, quando terminar este período de desenvolvimento, eles retornam para seus clubes e os ajudaremos na transferência para suas escolas anteriores”.
Cerca de 30 atletas farão parte do projeto masculino. Eles foram escolhidos pela comissão técnica das equipes de base e pelo treinador do time adulto, o argentino Rubén Magnano, que selecionou os jogadores durante as viagens que realizou pelo Brasil para acompanhar campeonatos de categorias menores.
“É um projeto da CBB, não do Rubén Magnano. Vou acompanhar este projeto, acompanhando e assistindo treinadores e meninos que farão parte”, disse Magnano, “Eles ficarão seis meses inteiros fazendo basquete e estudando. Quando falo basquete estou incluindo as competições internacionais. Acredito que pode ser um trabalho muito legal para o desenvolvimento deles, convivendo e pensando praticamente o dia todo em basquete”.
Para participar das atividades, Magnano e os técnicos da base José Alves Neto e André Germano se mudarão para São Sebastião do Paraíso. Anunciado inicialmente para o projeto, o treinador Gustavo De Conti acabou dispensado por não poder dar exclusividade para o trabalho de desenvolvimento da seleção.
Já a equipe feminina não exigiu exclusividade de sua comissão técnica. A escolha por Jundiaí ocorreu para que o projeto pudesse contar com o treinador da equipe sub-18, Luiz Cláudio Tarallo, que possui outras atividades na cidade do Interior de São Paulo.
A maior parte das atletas escolhidas para os trabalhos de desenvolvimento no feminino já fazia parte da seleção sub-18, que disputou competições na temporada passada. Além de Tarallo, os técnicos Júlio Patrício e Cristiano Cedra acompanharão o projeto.
“Este é o início de um trabalho de médio a longo prazo da Confederação, visando o desenvolvimento das atletas”, comentou Hortência. “O que as meninas precisam é estrutura e experiência internacional, que é o que vamos proporcionar este ano. Nosso objetivo é montar as seleções de desenvolvimento sempre em ano de mundiais de base”.
Os atletas escolhidos para as seleções de desenvolvimento participarão de uma série de jogos e competições internacionais. Os trabalhos também servirão para preparar as equipes para a disputa dos Mundiais sub-19, masculino e feminino.
“Vamos tentar fazer o máximo possível de competições com estes garotos. Todas as vezes que demos uma quantidade boa de amistosos internacionais, eles tiveram uma melhora muito rápida”, disse Vanderlei Mazzuchini. "Tivemos a preocupação de pegar garotos com potencial. Às vezes existem outros até melhores, mas no futuro estes podem render mais“.
CAUTELA PARA NÃO PRESSIONAR A BASE
Apesar de toda a prioridade dada ao trabalho de base, as expectativas sobre as seleções de desenvolvimento são tratadas com cautela pelo comando técnico da CBB. O objetivo é evitar que o projeto tenha a responsabilidade de ‘salvar’ o basquete nacional após fracassos recentes das equipes principais.
“Temos que ir um pouco devagar com isso”, comentou Magnano. “Somente saberemos se estamos certos ou errados no que fazemos se fizermos. Senão vamos ficar falando ‘e se tivéssemos feito?’. Vamos fazer este teste, que é muito importante na América do Sul. Não sei quantos países têm um trabalho deste com os meninos”.
Vanderlei Mazzuchini também mantém a cautela ao falar sobre o projeto. O dirigente admite a importância de se realizar um forte trabalho de base na seleção, mas ressalta que a maior parcela de responsabilidade na formação dos atletas permanece com os clubes.
“Isto vai resolver o problema do Brasil? Claro que não. O esporte segue sendo feito pelos clubes, que são nossos parceiros. Precisamos do fortalecimento dos clubes para que o basquete se desenvolva”, disse Mazzuchini. “Se não trabalharmos a base de uma forma séria, vamos sempre depender de uma geração talentosa. O objetivo é criar um trabalho que obtenha resultados por si, para não depender apenas do surgimento esporádico de talentos”.
Para evitar uma pressão desnecessária sobre as jovens promessas, a CBB nega a cobrança por resultados nas competições de base. A entidade afirma que o grande objetivo é abastecer a seleção adulta com atletas preparados, independentemente do desempenho obtido em torneios de categorias menores.
“É importante ir bem no Mundial sub-19? Claro que é. Mas o mais importante é formar jogadores para a seleção adulta. São categorias de formação, não de competição”, comentou Mazzuchini. “Veja o exemplo de 2007. Ficamos em quarto lugar no Mundial sub-19, mas hoje nenhum dos atletas está na seleção adulta”.
“Temos que ir um pouco devagar com isso”, comentou Magnano. “Somente saberemos se estamos certos ou errados no que fazemos se fizermos. Senão vamos ficar falando ‘e se tivéssemos feito?’. Vamos fazer este teste, que é muito importante na América do Sul. Não sei quantos países têm um trabalho deste com os meninos”.
Vanderlei Mazzuchini também mantém a cautela ao falar sobre o projeto. O dirigente admite a importância de se realizar um forte trabalho de base na seleção, mas ressalta que a maior parcela de responsabilidade na formação dos atletas permanece com os clubes.
“Isto vai resolver o problema do Brasil? Claro que não. O esporte segue sendo feito pelos clubes, que são nossos parceiros. Precisamos do fortalecimento dos clubes para que o basquete se desenvolva”, disse Mazzuchini. “Se não trabalharmos a base de uma forma séria, vamos sempre depender de uma geração talentosa. O objetivo é criar um trabalho que obtenha resultados por si, para não depender apenas do surgimento esporádico de talentos”.
Para evitar uma pressão desnecessária sobre as jovens promessas, a CBB nega a cobrança por resultados nas competições de base. A entidade afirma que o grande objetivo é abastecer a seleção adulta com atletas preparados, independentemente do desempenho obtido em torneios de categorias menores.
“É importante ir bem no Mundial sub-19? Claro que é. Mas o mais importante é formar jogadores para a seleção adulta. São categorias de formação, não de competição”, comentou Mazzuchini. “Veja o exemplo de 2007. Ficamos em quarto lugar no Mundial sub-19, mas hoje nenhum dos atletas está na seleção adulta”.
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