Amigos, continuando o post que coloquei ontem no Blog, faço aqui algumas comparações entre as condições reais do nosso basquete e algumas condições reais que cercam a NBA.
Alguns podem questionar o por que destas comparações, podem achar que isso realmente não leva a nada, mas estou aqui para mostrar uma realidade que a maioria desconhece. Não sou dono da verdade tão pouco, mas como vivi no meio a vida toda, tenho argumentos para o assunto.
Quando a NBA entrou em greve e o jogador Leandrinho acertou no Flamengo, muitos começaram achar possível outros atletas da Liga Americana aportarem em terras tupiniquins, para ganhar um din din e manter um ritmo de jogo. Nomes como Steve Nash, Kobe Bryant circularam por blogs e sites especializados, gerando uma grande ilusão que isso poderia realmente acontecer.
Agora pergunto a vocês que curtem basquete, imaginem o Kobe chegando no Brasil, para jogar enquanto a greve da NBA estava rolando. Aqui está a minha visão da coisa: Imprensa cobrindo, torcedores, festa, ele chega no Brasil e vai direto ao ginásio para seu primeiro treino no time sortudo que conseguiu um grande patrocínio, afinal a grana não deve ser pouca para paga-lo.
Ele entra no ginásio: já vai se assustar porque a grande maioria dos ginásios no Brasil tem suas arquibancadas de concreto, sem conforto nenhum para o público. Depois ele vai para o vestiário e leva outro susto, pois o espaço é reduzido e vê apenas uma cadeira de plástico, ou um banco de madeira onde ele tem que se trocar e deixar sua bolsa. Depois ele vai para a quadra e vê que o piso não é flutuante, é apenas uma madeira por cima do cimento. E já nos primeiros piques em quadra começa a sentir algumas dores que não está acostumado, nos joelhos e nas costas. Quando o treino chega ao final, ele pede um fisioterapeuta, mas, poxa vida, o time não tem nem médico e nem fisioterapeuta que possa estar sempre nos treinos e jogos.
Pra fechar com chave de ouro seu primeiro dia num time Brasileiro, Kobe vai tomar banho no vestiário, mas ai ele percebe que tem apenas 2 boxes para os atletas se banharem, sem portas e o pior, como ele ficou dando entrevistas na quadra, alguns jogadores já haviam tomado banho e os ralos estavam entupidos, formando poças de agua que cobriam os dedos do pé.
Claro que ele abortou o banho!
Na hora de ir para o Hotel em que se hospedaria, Kobe pensa bem e vai direto pro aeroporto, compra uma passagem e volta pra L.A.
Na NBA a coisa é bem diferente. Vestiários com muito espaço para todos, cada atleta tem seu espaço reservado para sentar ,trocar de roupa, com cabines, cabides e gavetas. Televisões e projetores também fazem parte da estrutura para as preleições antes e no meio tempo do jogo. Banheiras de hidro-massagem são comuns, além de bikes ergométricas para atletas fazerem aquecimentos específicos. Como contou Anderson Varejão uma vez, só entra no vestiário quem tem a digital gravada no sistema de abertura de portas. Por falar em Varejão, no seu primeiro ano em Cleveland, ele passou por uma situação inusitada. Já há 3 meses na cidade e andando de taxi pra cima e pra pra baixo, pediu ao gerente do time que indica-se a ele um lugar para comprar um carro. Isso aconteceu no período da manhã, e a tarde o gerente da equipe passou na casa dele para leva-lo a loja de carros.
Quando ele percebeu, o camarada parou no estacionamento da loja da Hummer. Então simplesmente foi -lhe dito que ele poderia escolher o carro que quisesse, pois a Hummer era um dos patrocinadores do time, e ter um atleta andando em seus carros , só traria retorno a marca. Por coincidencia eu estava no Rio de Janeiro, me preparando pro treino do Rio/Telemar onde jogava com o irmão de Anderson , Sandro, quando o telefone tocou e ele contou no viva voz pra todos ouvirem e ficar de boca aberta sonhando com algo parecido , um dia, aqui no Brasil.
Amigos o importante é saber nossas limitações, saber o que realmente a sua equipe de coração tem para trabalhar. Saber se os salários estão em dia com toda a equipe. Saber a estrutura que os profissionais da área tem para conseguir render 100% de sua capacidade.
Não adianta cobrar, meter a boca, torcer contra sem saber a real situação do esporte em nosso País.
Sensacional Betão! Puríssima realidade! Parabéns pelo texto!
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