domingo, 15 de janeiro de 2012

HISTÓRIAS DO NOSSO BASQUETE - `` O DIA DA CADEIRADA´´

Amigos do Blog Defesa e Ataque, hoje vou contar uma passagem que aconteceu quando eu jogava no time do RIO/TELEMAR, na primeira temporada da equipe. Esse time que foi montado pelo Oscar Schimit, teve muito sucesso. Campeão carioca invicto em 2004, participou do torneio de Natal em Madri neste mesmo ano. Foi Campeão Brasileiro em 2005 vencendo Uberlândia no Play-off final por 3x1 dentro de Uberlândia.
Marcelinho Machado, Everaldo, Sandro Varejão, Aylton Tesch, Ratto, Demétrius, Dedé, Betão, Wagner, Bruno Banana, Dida, Eric Strand, Josuel. Formavamos um grupo de alto nível técnico e com muita união. O mais interessante desse grupo foi a rivalidade de 2 grupos que se formaram dentro da equipe.

Cachorro e Leão. Esses dois grupos saíam na porrada em qualquer lugar ou folga durante os treinos. Era impressionante como do nada a coisa começava. Miguel Angelo era o técnico e era só ele dar 1 minuto pra água, que os grupos se formavam. Sempre alguém em algum momento ficava sozinho em um dos bebedouros. Era o suficiente pra porrada começar. Claro que não rolava tapa nem soco na cara, mas no restante do corpo o coro comia. A partir daí todo o time entrava na confusão e só parava quando o Miguel mandava voltar pro treino ou quando a risada tomava conta de todos.
Ao longo da temporada muita coisa engraçada aconteceu. Depois de jogar e jantar em Macaé, num restaurante em frente da praia, a comissão ficou na mesa e saímos do restaurante. De repente a perseguissão começou e foi uma loucura. Gente dando a volta na quadra pra surpreender, gente correndo na areia, nem parecia que tinhamos jogado e jantado. Um bando de loucos. A coisa foi sempre aumentando um pouco de proporção. No nacional de basquete, com muitas viagens, a coisa acontecia nos onibus, durante o treinamento da manhã, antes dos jogos, nos hotéis, enfim, quem estava perto não entendia nada, achava que realmente que a briga era de verdade e que o time era desunido. Quando vencemos e eliminamos São José dos Pinhais nos play-offs das quartas de finais, nós estavamos esperando o Demétrius dar entrevista, alias ele era o unico que não participava dos confrontos, quando o nosso grupo, dos cachorros, estava junto e sentados na arquibancada do ginásio, percebemos que no meio do grupo o Marcelinho, que era leão (era mais um guinu do que leão kkk), estava tirando a bota de eparadrapo e conversando. Eu disse pra ele: - ``olha em volta e ve se tem alguém pra te ajudar´´- não deu tempo pra mais nada, ali mesmo na arquibancada começou a confusão, e varias pessoas que estavam no ginasio para tirar fotos ou pegar autógrafos ficaram pasmos. Foi leão vindo de todos os lados e o confronto durou uns 5 minutos. Claro que a risada depois foi geral, mas o pessoal que estava em volta ficou de boca aberta!

Nos play-offs das semi- finais contra Brasília, aconteceu algo mais louco ainda e com certeza até aquele momento, o auge dos confrontos entre as ``gangues´´. No hotel em Brasília voltávamos do almoço no elevador Eu, Ratto, Dedé(cachorros), Everaldo(leão) e Demétrius(neutro). O confronto começou com os 3 cachorros pegando o leão, e quando o elevador parou no nosso andar e abriu a porta, com o barulho que rolava ali foi o motivo para todos entrarem na briga. Durou mais de 15 minutos. quadros foram quebrados, sofás e almofadas do corredor foram praticamente desmontados, o elevador foi travado e ninguém chegava no andar. O mais engraçado, foi o esquema para arrumar tudo depois e pegar um quadro de outro andar e levar o quebrado. Vencemos Brasília e seguimos para a grande final contra Uberlândia.. Depois de uma pequena folga fomos para o treino de manhã no dia do primeiro jogo dos play-offs. Treino encerrado, comissão foi embora, jogadores arremessando ou conversando, quando a coisa pegou.

E pegou como nunca antes, com tudo o que se tinha por perto sendo usado na briga. chinelos e tênis eram munição, grupos se pegando numa briga que não terminava nunca, até  o cachorro Ratto e o leão Everaldo ficarem frente a frente. Ratto jogou um chinelo que pegou na cara de Everaldo. O ``plin´´ bateu do moço que catou uma cadeira de plástico e meteu na cabeça do Ratto. A sensação foi que o mundo parou naquele momento e tudo que estava rolando não fazia mais sentido. todos correram para segurar o Ratto que procurava algo para devolver. Depois disso, nunca mais houve leão e cachorro.

O mais importante  foi que além da união, o grupo não perdeu o foco no objetivo maior, e conseguiu conquistar o título .

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